quarta-feira, 12 de março de 2014

Atividade 3 da 2ª Semana – Atividade no Blog


Atendimento Educacional Especializado na Educação Escolar para Pessoas com Surdez

Segundo Damázio e Ferreira (2010), O A.E.E / P.S na perspectiva inclusiva, deve ofertar  um serviço complementar que ofereça possibilidades de aprendizagem à pessoas com surdez, no entanto sabemos que as pessoas com surdez não tem o seu potencial individual e coletivo desenvolvido, ficam secundarizadas e descontextualizadas das relações sociais das quais fazem parte, sendo relegadas a uma condição excludente ou a uma minoria, muitas propostas, principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e algumas tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras, para que, realmente, as práticas de ensino e aprendizagem na escola comum pública e também privada apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de pessoas com surdez, devemos romper com o embate gestualistas e oralistas, pois ele prejudica o desenvolvimento dessas pessoas na instituição escolar, quando canaliza a atenção dos profissionais da escola para o problema de língua em si, o foco do fracasso escolar não está somente na questão linguistica, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. Sabemos que muitos de nós professores tratamos as pessoas com surdez como deficientes, mas, segundo relato de Damázio e Ferreira (2010) diz:

o devemos ver a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva”.

A escola deve pensar e construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez, respeitando suas singularidades e diferenças, pois a pessoa com surdez não é estrangeira em seu próprio país, mas usuária de um sistema linguístico com características e status próprios, no qual cognitivamente se organiza e estrutura o pensamento e a linguagem nos processos de mediação simbólica, na relação da linguagem/pensamento/realidade e práxis social. É importante frisar que a perspectiva inclusiva rompe fronteiras, territórios, quebra preconceitos e procura dar ao ser humano com surdez, amplas possibilidades sociais e educacionais, Por isso, a importância das pessoas com surdez de se ter ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. (PIERUCCI, 1999) diz que:
“ A pessoa com surdez precisa ser trabalhado no espaço escolar como um ser que possui uma deficiência, e que essa deficiência provoca uma diferença  e limitações, que essa diferença  e tais limitações devem ser reconhecidas e respeitadas, mas não podemos  justificar o fracasso nessa questão, em virtude de cairmos na cilada da diferença”

Para rompermos com a confusão nas práticas pedagógicas e nas ações e funções dos profissionais que atuam em prol da educação dos alunos com surdez, Damázio (2005:69-123) apresenta de forma didática o trabalho do AEE PS, envolvendo os três momentos didático-pedagógicos, que são:

● Atendimento Educacional Especializado em Libras: Este atendimento ocorre no contra - turno da aula comum todos os dias. Nele o professor do AEE planeja junto com o professor de língua portuguesa como serão ministrados e repassados os conteúdos para o aluno surdo, possibilitando a ele uma melhor compreensão do que será estudado. Os materiais usados deverão ser ricos em informações visuais e serem colocados expostos na sala de aula.
● Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da Língua Portuguesa: Deve ocorrer na Sala de Recursos Multifuncionais no contra – turno e é desenvolvido por um professor de preferência de língua portuguesa ou que entenda as formas linguísticas da nossa língua. É uma proposta bilíngue onde o aluno surdo aprenderá tanto em libras como o português convencional para fazer parte do dia – a – dia e em diversas situações. Seu objetivo é que o aluno surdo se aproprie da gramática, ortografia e tenha o contato com diversos tipos de textos. Lembrando sempre do diagnostico inicial para saber quais são os conhecimentos que o aluno já adquiriu e quais ainda deverão ser trabalhados. Este atendimento deve começar na alfabetização e seguir até a universidade.

● Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras: É realizado por um professor ou instrutor de libras ( de preferência surdo) no contra – turno. Este professor deve conhecer os termos técnicos – científicos das diversas áreas do conhecimento. O uso destes termos em libras é importante para que o aluno surdo consiga abstrair os conceitos trabalhados na abordagem bilíngue. Neste momento também deve – se privilegiar o trabalho com imagens visuais, pois as mesmas contribuem para maior compreensão do conteúdo em libras.

Referências:

BRASIL, Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Secretaria de Educação Especial – MEC/SEESP, Brasília:2007. 


COLETÂNEA UFC – MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar.Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46 – 57.

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