Atendimento Educacional Especializado na Educação Escolar
para Pessoas com Surdez
Segundo Damázio e
Ferreira (2010), O A.E.E / P.S na perspectiva inclusiva, deve ofertar um serviço complementar que ofereça
possibilidades de aprendizagem à pessoas com surdez, no entanto sabemos que as
pessoas com surdez não tem o seu potencial individual e coletivo desenvolvido,
ficam secundarizadas e descontextualizadas das relações sociais das quais fazem
parte, sendo relegadas a uma condição excludente ou a uma minoria, muitas
propostas, principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e algumas
tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar
mais claras, para que, realmente, as práticas de ensino e aprendizagem na
escola comum pública e também privada apresentem caminhos consistentes e
produtivos para a educação de pessoas com surdez, devemos romper com o embate gestualistas e oralistas, pois
ele prejudica o desenvolvimento dessas pessoas na instituição escolar, quando
canaliza a atenção dos profissionais da escola para o problema de língua em si,
o foco do fracasso escolar não está somente na questão linguistica, mas também
na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. Sabemos que muitos de
nós professores tratamos as pessoas com surdez como deficientes, mas, segundo
relato de Damázio e Ferreira (2010) diz:
“ Não devemos
ver a pessoa com surdez como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda
sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para
essa função perceptiva”.
A escola deve pensar e
construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento das
potencialidades das pessoas com surdez, respeitando suas singularidades e
diferenças, pois a pessoa com surdez não é estrangeira em
seu próprio país, mas usuária de um sistema linguístico com características e status próprios, no qual cognitivamente
se organiza e estrutura o pensamento e a linguagem nos processos de mediação
simbólica, na relação da linguagem/pensamento/realidade e práxis social. É
importante frisar que a perspectiva inclusiva rompe fronteiras, territórios,
quebra preconceitos e procura dar ao ser humano com surdez, amplas
possibilidades sociais e educacionais, Por isso, a importância das pessoas com surdez de se ter
ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a
capacidade perceptivo-cognitiva. (PIERUCCI, 1999)
diz que:
“ A pessoa com surdez precisa ser trabalhado no espaço escolar como um
ser que possui uma deficiência, e que essa deficiência provoca uma
diferença e limitações, que essa
diferença e tais limitações devem ser reconhecidas
e respeitadas, mas não podemos
justificar o fracasso nessa questão, em virtude de cairmos na cilada da
diferença”
Para
rompermos com a confusão nas práticas pedagógicas e nas ações e funções dos
profissionais que atuam em prol da educação dos alunos com surdez, Damázio
(2005:69-123) apresenta de forma didática o trabalho do AEE PS, envolvendo os três
momentos didático-pedagógicos, que são:
●
Atendimento Educacional Especializado em Libras: Este atendimento ocorre no
contra - turno da aula comum todos os dias. Nele o professor do AEE planeja
junto com o professor de língua portuguesa como serão ministrados e
repassados os conteúdos para o aluno surdo, possibilitando a ele uma melhor
compreensão do que será estudado. Os materiais usados deverão ser ricos em
informações visuais e serem colocados expostos na sala de aula.
● Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da Língua
Portuguesa: Deve ocorrer na Sala de Recursos Multifuncionais no contra – turno
e é desenvolvido por um professor de preferência de língua portuguesa
ou que entenda as formas linguísticas da nossa língua. É uma proposta bilíngue
onde o aluno surdo aprenderá tanto em libras como o português convencional para
fazer parte do dia – a – dia e em diversas situações. Seu objetivo é que o
aluno surdo se aproprie da gramática, ortografia e tenha o contato com diversos
tipos de textos. Lembrando sempre do diagnostico inicial para saber quais são
os conhecimentos que o aluno já adquiriu e quais ainda deverão ser trabalhados.
Este atendimento deve começar na alfabetização e seguir até a universidade.
● Atendimento Educacional Especializado para o ensino de
Libras: É realizado por um professor ou instrutor de libras ( de preferência
surdo) no contra – turno. Este professor deve conhecer os termos técnicos – científicos das diversas áreas do conhecimento. O
uso destes termos em libras é importante para que o aluno surdo consiga
abstrair os conceitos trabalhados na abordagem bilíngue. Neste momento também
deve – se privilegiar o trabalho com imagens visuais, pois as mesmas contribuem
para maior compreensão do conteúdo em libras.
Referências:
BRASIL, Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva. Secretaria de Educação Especial –
MEC/SEESP, Brasília:2007.
COLETÂNEA UFC – MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão
Escolar.Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento
Educacional Especializado em Construção, p. 46 – 57.